segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dublin, 11°C

Sábado, 2:13 p.m., enquanto corto a cenoura em rodelas assimétricas para fazer minha sopa de legumes com frango, estou pensando na vida.

Duas semanas numa distância além mar de casa, me sinto em paz.

A paz que tanto busquei com idas e vindas num passado próximo, agora veio para ficar.
Paz por vezes atormentada com esse sentimento estranho chamado carência - e agravada por eu ter nascido em meados de novembro - mas contornada num piscar de olhos com o tilintar da colher numa quentinha e generosa xícara de chá sabor frutas vermelhas - esqueçamos os cookies, please! -.

A vida na Irlanda pulsa em outra frequência.
Pessoas, até então estranhas, passam ser sua família. - flatmates do amô ♥ -
 Ditadura de moda e corpo esbelto?! Aqui cada um é o que quer, sem a opressora indústria do manequim 36 te dando na cara - mas fico feliz em estar folgada no meu jeans tamanho 40, cheers! -.
Os calçados mais confortáveis são os velhos tênis esportivos - amo um tanto! - , porque aqui as pernas até andam sozinhas, de tanto que se caminha.
 Comer bem e com qualidade nunca foi tão barato - proibido passar pelo corredor dos chocolates.. Nutella grandoooona é preço de banana brasileira e até mesmo os chocolates que custam centavos de euro são deliciosos -. 
Ontem comi grapefruit produzida em Israel, sim sou chique - mentira, aqui todas as frutas são importadas e paga-se muito bem por elas -. Frutas e carnes de vaca são exceção no quesito preços.
Eu e o vento irlandês somos um caso de amor à parte, mas quando a chuva fina e silenciosa chega, sinto que três é demais.
Não preciso estar de folga ou com euros na mochila para conhecer pontos turísticos, basta colocar o pé na rua que tudo fica no caminho. A cidade transborda cultura.

Nesse verão irlandês - que contém apenas 6 horas de noite- com lembranças do outono Caxiense, mãos geladas digitando e coração aquecido por ter tomado a melhor decisão da vida - e uma xícara de chá- , me sinto agradecida pela vida.


Cheers, tchê!

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